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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Meu filho meu mundo

Este é um ótimo filme para  conhecer sobre autismo e como os estímulos são importantes.
Vale a pena assistir!!!



Título: Meu filho, meu mundo/ Son-rise: a miracle of love
Direção: Glenn Jordan
Gênero: Drama
País/Ano: EUA/ 1979
Sinopse: Quando nasceu, Raun era um saudável e feliz bebê. Com o passar dos meses, seus pais começam a observar que há alguma coisa estranha com ele, sempre com um ar ausente. Um dia vem a confirmação do que suspeitavam… Raun era autista. Decidem então penetrar no mundo da criança, acreditando que somente o milagre do amor poderia salvá-lo.

Como estrelas na terra.

Pessoal este filme é perfeito para saber o que é dislexia, o que a criança sente...é um filme emocionante!!
Se alguém tiver interesse e não conseguir baixar eu tenho e posso encaminha-lo.


Sinopse :

Filme da produção de Bollywood , conta a história de uma criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de repetir de novo. As letras dançam em sua frente, como diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de sensibilidade. Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai do garoto decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida… e a filosofia do internato é a de disciplinar cavalos selvagens. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan. Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver. O filme é uma obra prima do ator e produtor Aamir Khan.

domingo, 26 de setembro de 2010

O PROFESSOR SEMPRE ESTÁ ERRADO

Quando…
É jovem, não tem experiência
É velho, está superado
Não tem automóvel, é um coitado
Tem automóvel, chora de “barriga cheia”
Fala em voz alta, vive gritando
Fala em tom normal, ninguém escuta
Não falta ao colégio, é um Caxias
Precisa faltar, é turista
Conversa com os outros professores, está falando mal do aluno
Não conversa, é desligado
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos
Dá pouca matéria, não prepara os alunos
Brinca com a turma, é metido a engraçado
Não brinca com a turma, é um chato
Chama à atenção, é um grosso
Não chama à atenção, não sabe se impor
A prova é longa, não dá tempo
A prova é curta, tira a chance do aluno
Escreve muito, não explica
Explica muito, o caderno não tem nada
Fala corretamente, ninguém entende
Fala a “língua do aluno”, não tem vocabulário
Exige, é rude
Elogia, é debochado
O aluno é reprovado, é perseguição
O aluno é aprovado, “deu mole”
É, o professor está sempre errado
Mas, se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele.
Fonte: Folhas no Caminho

Não há saber maior ou menor...

Os quatro alunos

Atenção professores... O menininho

Nós professores precisamos ter muito cuidado com nossas atitudes em sala de aula. Devemos incentivar a criatividade do aluno e sua produção!

Organização

Ser professor

Faça sempre o seu melhor!!

O que faz a diferença

Mensagem sobre o trabalho.

sábado, 25 de setembro de 2010

Mensagem especial para o dia dos professores.

Ser professor (a)

Falar da docência é falar das várias profissões que transpõem a esta.
Enquanto professores...
Somos mágicos,
Ao fazermos malabarismo com diversas situações que atingem nossa imagem
e a vida pessoal.
Somos atores,
somos atrizes,
que interpretam a vida como ela é , sentimos e transmitimos emoções
Ao conviver com tantas performances.
Somos médicos,
 ao receber crianças adoentadas pela miséria, pela falta de tempo da família,
pela carência de tempo ao viver a própria infância.
Somos psicólogos
Ao ouvir as lamentações advindas de uma realidade dura
Que quase sempre nos impede de agir diante do pouco a se fazer.
Somos faxineiros,
Ao tentarmos lavar a alma dos pequenos,
Das mazelas que machucam estes seres tão frágeis
E tão heróico ao mesmo tempo.
Somos arquitetos,
Ao tentarmos construir conhecimentos, que nem sabemos se precisos, que nem sabemos se
Adequados.
É só parar para pensar que talvez seja possível encontrar
em cada profissão existente um traço de nós professores. Contudo, ser professor,
ser professora é ser único, pois a docência está em tudo, passa por todos
é a profissão mais difícil, a mais necessária.
Ser professor é ser essência,
Não sabemos as respostas.
Estamos sempre tentando.
Às vezes acertamos, outras erramos, sempre mediamos.
Ser professor é ser emoção
Cada dia um desafio
Cada aluno uma lição
Cada plano um crescimento.
Ser professor é perseverar, pois, diante a tantas lamúrias
“não sei o que aqui faço, por que aqui fico?”
Fica a certeza de que...
Educar parece latente, é obstinação.
Pulsa firme em nossas veias,
Professor ama e odeia seu oficio de ensinar
Oficio que arde e queima
Parece mágica ou mesmo feitiço.
Na verdade, não larga essa luta que é de muitos
O segredo está em seus alunos, na sua sala de aula, na alegria de ensinar
A realização que vem da alma e não se pode explicar.
Não basta ser bom... tem que gostar.
Autor desconhecido

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dobradura foguete


Origami catamarã e iate

Dobradura chapéu.


FAMÍLIAS FACILITADORAS DE SAÚDE EMOCIONAL (continuando)


 O bebê, a criança nova e até mesmos os jovens esperam dos adultos uma confiabilidade e disponibilidade, ao que este responde, talvez em parte, devido à capacidade de identificar-se com os filhos.
            Gomide (2004) ressalta que os pais são os principais mediadores entre a criança e o mundo. A criança aprende sobre o mundo pelos olhos dos pais, pelas suas reações e de suas experiências. São os pais que ensinam as crianças a serem seguras, a terem boa auto-estima, a resolverem problemas. Ensinar a criança, desde tenra idade, a solucionar problemas é um excelente caminho para desenvolver a sua segurança, inibindo, consequentemente, o aparecimento de distúrbios sérios.
            Mondin (2005) salienta ainda que a natureza positiva dos relacionamentos familiares não se mede pela quantidade de tempo disponível para estes intercâmbios, mas antes de tudo, pela qualidade com que eles se desenvolvem na família.
Os pais participantes transformam seus lares em um ambiente em que todos cooperam nas tarefas domésticas. Os filhos sentem-se responsabilizados em realizar a sua parte e com isso aceitam a disciplina originada dessa divisão de trabalho, criando condições para a internalização de valores morais, conciliando-os com necessidades próprias de forma equilibrada.
Esses aspectos dinâmicos gerados no ambiente familiar são considerados poderosos na vida das crianças. É no lar que a criança desenvolve quase todos os repertórios básicos de seu comportamento, facilitando seus relacionamentos interpessoais no futuro. As crianças que auxiliam suas mães nas atividades domésticas poderão sentir-se úteis e indispensáveis no conjunto familiar. A solidariedade e a cooperação no cotidiano escolar são levadas em consideração, quando a participação dos filhos nos trabalhos de casa acontece.
Sentimentos solidários e responsáveis ocupam o lugar da disciplina rígida, em que os pais mandam, ordenam e a criança deve obedecer, ou o lugar da disciplina permissiva, em que a criança faz o que deseja, e por essa razão, sentir-se-á perdida pela ausência de limites. Dependendo da idade, a criança pode ser envolvida em auxiliar nas atividades, como o preparo do jantar, arrumação da mesa, lavar e guardar a louça e utensílios, regar o jardim e arrumar as camas, cuidar das suas próprias coisas, etc.
O importante é que a atividade seja realizada com a mãe e /ou o pai, proporcionando situações de fazerem juntos. Além de viabilizar o diálogo entre pais e filhos enquanto trabalham, esse tipo de situação contribui para o ensino de comportamentos de solidariedade e responsabilidade, podendo também auxiliar na produção de auto-estima elevada na criança ao possibilitar que ela se sinta útil.
Assim, família contribui para a maturidade emocional, permitindo que seus membros se desloquem para famílias mais amplas (agrupamentos maiores) e, ao mesmo tempo, tenham oportunidades de voltarem a ser dependentes a qualquer momento. Esse fenômeno denomina-se segurança, as crianças vêm na segurança uma espécie de desafio que as convida a provar que podem ser livres.



Maria Eunice Vilela Dande Netto
        Psicóloga - CRP 27979
35 3423 6416 - Athos Clínica Médica
meunice40@yahoo.com.br

FAMÍLIAS FACILITADORAS DA SAÚDE EMOCIONAL (continuando...)

 Considero importante ressaltar que uma família facilitadora de crescimento emocional e portadora de saúde, não é a família com ausência de conflitos. O potencial de saúde centra-se na possibilidade que o sistema familiar tem de encontrar alternativas para solução de seus problemas e conseguir conter os efeitos destrutivos destes.
            Muitas vezes, bons níveis de saúde familiar estão ligados a núcleos que favorecem tanto a expressão de agressividade, de raiva e hostilidade, quanto de carinho, ternura e afeto, e constata-se que os aspectos relacionados ao bem-estar psicológico sofrem, invariavelmente e de forma preponderante, influências das diversas situações que o individuo vivencia na sua família.
            É notável como o padrão de interação familiar afeta de maneira significante, não só o desenvolvimento emocional, como também o cognitivo da criança; visível por exemplo no desenvolvimento da linguagem desta.
            Psicólogos descobriram que os filhos de famílias carinhosas e amorosas têm a auto-estima mais elevada, são mais empáticos, mais altruístas e mais responsivos quando alguém se machuca ou sofre, apresentam escores de Q.I. mais elevados na educação infantil e no ensino fundamental e têm maior desempenho na escola. Além disso, é menos provável que apresentem altos níveis de agressões ou de comportamentos delinqüentes no final da infância ou na adolescência.
Montoro (2004) pontua que dentro das mais variadas funções das famílias, existem três que são básicas:
1 – Proteção aos seus elementos contra ameaças vindas do mudo externo, da própria família e do próprio indivíduo;
2 – Preparo da criança para se tornar um ser autônomo, capaz de se separar da família de origem e formar um novo núcleo familiar;
3 – Preenchimento da necessidade amorosa e de ajuda mútua entre adultos.
            Winnicott (2005) complementa colocando questões sobre a integração pessoal do individuo e diz que a integração pessoal é uma questão de desenvolvimento emocional. Para atingi-la cada ser humano parte de um estado inicial não integrado.
Muitos estudos têm sido dedicados à questão dos primeiros estágios do desenvolvimento infantil, quando o self, tendo apenas começado a se estabelecer, depende ainda do modo absoluto do cuidado materno para efetuar processos pessoais. Em condições favoráveis normais (que estão ligadas à intima identificação da mãe com seu filho e, posteriormente, ao interesse combinado de ambos os  pais) o bebê humano é capaz de manifestar uma tendência inata à integração, que faz parte do processo de crescimento. Esse processo precisa desenrolar-se integralmente para cada criança. Se as condições favoráveis nos primeiros estágios realmente estimularem a interação da personalidade, essa integração do indivíduo, um processo ativo que movimenta muita energia, afeta por sua vez o ambiente externo.
A criança que se desenvolve bem, e cuja personalidade foi capaz de realizar internamente sua integração por força das capacidades inatas de crescimento individual, exerce um efeito integrativo sobre seu ambiente externo e imediato.  Essa criança “contribui” para uma situação familiar facilitadora de crescimento emocional.
Quando a criança não “contribui”, cabe aos pais construir e manter um lar e uma atmosfera familiar saudável, ponto primordial para o desenvolvimento saudável da criança, pois cada criança individual, com seu crescimento emocional sadio e seu desenvolvimento pessoal satisfatório, promove a família e a atmosfera familiar.

Maria Eunice Vilela Dande Netto
        Psicóloga - CRP 27979
35 3423 6416 - Athos Clínica Médica
meunice40@yahoo.com.br

FAMÍLIAS FACILITADORAS E/OU DIFICULTADORAS DE SAÚDE

             A maior expectativa em relação à família é de que ela produza cuidados, proteção, aprendizado de afetos, construção de identidades e vínculos relacionais de pertencimento que sejam capazes de proporcionar melhor qualidade de vida a seus membros; efetiva inclusão social destes na comunidade e na sociedade em que vivem.
            Porém, estas expectativas são apenas possibilidades e, não, garantias.
            A família vive em um dado contexto que tanto pode ser fortalecedor quanto esfacelador de suas possibilidades e potencialidades.

Famílias facilitadoras de saúde emocional

A interação familiar facilitadora de saúde emocional se mostra favorável ao desenvolvimento emocional de seus membros, ou seja, evita a regressão, conflitos destrutivos, ciúmes e competitividade entre os mesmos.
            Segundo Ferreira (1995) teoricamente, a família deveria ser não um e sim “o” lugar seguro para se crescer e, enquanto micro-célula social, a depositária de nossas esperanças, na mesma medida que, enquanto macro-célula referente a seus membros, não um fim em si mesma, mas um meio de gerar pessoas que possam crescer e amadurecer fisicamente, emocionalmente e socialmente, com direito a individualidade e personalidade própria, e, portanto, com a possibilidade de se sentirem felizes antes de tudo, consigo mesmo, para, a partir daí, irradiar essa felicidade e um dia poderem oferece - lá a outrem  e à própria sociedade, a sua parcela de contribuição, não importa se pequena, média ou grande, com seres produtivos e criativos.
Portanto, a interação familiar facilitadora de saúde emocional depende da capacidade de seus membros controlarem seus conflitos internos e relacionais.
            Pode-se definir a interação familiar facilitadora de saúde emocional como
aquela em que há clara comunicação entre seus membros, com direcionalidade e carga emocional adequada; com papéis familiares bem definidos, diferenciados e flexíveis;  aquela onde a liderança está presente, sendo diferenciada e democrática, na qual os conflitos podem ser expressos sem desvalorização e com busca de solução, a agressividade pode ser manifestada de forma construtiva e sem discriminação em sua direcionalidade estando a afeição física presente e aceita pelos membros da família, possuindo carga emocional adequada.

            De acordo com Montoro (1995) o modo que um bebê ou uma criança pequena são recebidos no mundo fornece os alicerces da construção de sua personalidade, qualidades que, de início pertencem a um vínculo, com o passar do tempo se tornam propriedade de um indivíduo, não tão facilmente possíveis de desconstrução e reconstrução.
            A estrutura e organização de uma família devem ser visualizadas como uma unidade importante na determinação do comportamento de seus membros.
            Bee (2003) complementa as palavras supracitadas quando diz que o carinho e responsividade dos pais em relação às crianças são elementos cruciais para um desenvolvimento emocional saudável.
Pais responsivos são aqueles que percebem de forma adequada os sinais que a criança apresenta, reagindo de maneira sensível às suas necessidades. Os pais que agem dessa forma têm filhos que aprendem a falar um pouco mais cedo, apresentam escores de Q.I. mais elevados e desenvolvimento cognitivo mais rápido , além de apresentarem com mais freqüência, apegos seguros, atendem mais aos pedidos dos adultos e são socialmente mais competentes.
 Contatos de pele, abraços, fazer carinhos, ficar de mãos dadas, dar beijinhos, são fortes inibidores do desenvolvimento do comportamento agressivo. Estas relações afetivas permitem que o estabelecimento de uma relação agradável entre os membros da família, facilitando, inclusive, a superação das divergências.
Toda família tem suas divergências. São raras aquelas que vivem em perfeita harmonia.  O que se busca são formas apropriadas de lidar com elas e, sobretudo, superá-las. As relações afetivas positivas fornecem um excelente caminho para este difícil desafio.
 “Exercer a função de proteção é principalmente, propiciar um ambiente favorecedor de bem-estar”.


Maria Eunice Vilela Dande Netto
        Psicóloga - CRP 27979
35 3423 6416 - Athos Clínica Médica
meunice40@yahoo.com.br




FAMÍLIA: BERÇO DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DA CRIANÇA


Considerando-se que o indivíduo quanto mais jovem, mais sujeito às influências ambientais, parece razoável que quanto mais apropriado for seu meio interacional – inicialmente, mãe e pai – melhores condições terá de criar, dentro de si, combinações entre seus aspectos constitucionais e este ambiente, que favoreçam um desenvolvimento mais harmônico.
A forma pela qual as relações iniciais do vínculo se estabelecerem definirá dentro das combinações da criança, sua própria forma de se vincular e de lidar com vínculos no mundo. Não se trata de perspectivas mágicas, nem matemáticas, mas de poder supor que, a partir de certos padrões relacionais, o indivíduo que, em uma família pode ser uma pessoa difícil, em outra poderia ser completamente diferente.
Ressaltando o que foi dito no início: a criança precisa de família que seja continente de suas angústias e ansiedades. Ser continente implica em poder amar. Poder amar implica em maturidade. Isto é o que faz a diferença.
De acordo com López (2005), as necessidades originais fazem com que a criança esteja “motivada”, biológica e socialmente, para incorporar-se ao grupo social. Por isso, pode-se dizer que a criança, quando nasce, já é membro de um grupo social familiar, já que suas necessidades básicas estão inevitavelmente ligadas aos demais, estão pré-programadas para serem satisfeitas em sociedade.
O mesmo autor destaca ainda que o grupo social onde a criança nasce necessita também de incorporação desta, para manter-se e sobreviver e, por isso, além de satisfazer suas necessidades, transmite-lhe a cultura acumulada ao longo de todo o decurso do desenvolvimento da espécie.
Esta transmissão cultural envolve valores, normas e costumes, atribuições de papéis, ensino de linguagem, habilidades de conteúdos escolares, bem como tudo aquilo que cada grupo social foi acumulando ao longo da história e que é realizado através de determinados agentes sociais, que são encarregados de satisfazer as necessidades da criança e incorporá-la ao grupo social.
Entre os agentes sociais estão determinadas pessoas (a mãe, o pai, os irmãos, outros familiares, os colegas e amigos, os professores e outros adultos)  algumas instituições (família e escola)  os meios de comunicação social (especialmente a televisão) e outros instrumentos ( livros,  brinquedos, etc.). Todos eles têm uma importância decisiva no processo de socialização da criança.
A forma como estes agentes sociais agem depende de inúmeros fatores contextuais, como a classe social, o país, a cidade, o zona geográfica na qual a criança nasce e vive e de determinados fatores pessoais como o sexo, as aptidões físicas e psicológicas, etc.
·         A criança nasce: indefesa; capaz de aprendizagem; pré-orientada socialmente. A sociedade oferece as tradições culturais: valores, normas, papéis, linguagem...
·         A criança tem necessidades: proteção, cuidados, afeto, jogo, exploração...  A sociedade necessita de novos membros para perpetuar-se e desenvolver-se.
                       Portanto, o processo de socialização é a interação entre a criança e seu meio. Esta interação e seu resultado dependem das características da própria criança e da forma de agir dos agentes sociais.



FAMÍLIA: BERÇO DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DA CRIANÇA

Pesquisas mostram que a maneira pela qual os pais tratam seus filhos – seja com rígida disciplina, com compreensão, diferenças ou simpatia – produz conseqüências profundas e duradouras para a vida emocional da criança.
Para compreender o desenvolvimento da criança, precisamos ir além da própria criança e dos padrões de desenvolvimento intrínsecos que possam existir; é preciso ir além da díade mãe-criança ou pai-criança. É preciso examinar toda ecologia do desenvolvimento – o padrão de interação da família e as influências culturais mais amplas sobre aquela família.
Segundo Freitas (1997) no século XIX criança, por definição, era uma derivação da que era criada pelos que lhe deram origem. Era o que se chamava “cria” da casa, de responsabilidade (nem sempre assumida inteira ou parcialmente) da família consangüínea ou da vizinhança.
            Além de não ser ainda um foco de atenção especial, a criança era duplamente muda, nas palavras de Kátia de Queiros Mattoso apud Del Priori (1992). Não era percebida, nem ouvida, nem falava, nem dela se falavam.
            Lépez (1995) pontua que a criança, quando nasce, é muito indefesa; sua sobrevivência depende da ajuda prestada pelo grupo social (família) na qual  está inserida. Porém, ao mesmo tempo possui uma grande capacidade de aprendizagem, já que o seu sistema perceptivo encontra-se relativamente organizado, e sente-se atraída pelos estímulos de origem social o que a coloca em condições ideais para iniciar os processos de socialização ou assimilação de valores, normas e formas de agir que a família, onde ela nasceu, tentará transmitir-lhe.
 Bowlby (1989) diz que a criança não é um organismo de vida independente e por isso necessita de uma instituição social especial que a auxilie durante o período de imaturidade. Esse auxílio opera de duas formas: primeiramente, ajudando-a a satisfazer suas necessidades orgânicas e imediatas, tais como alimentação, calor, abrigo e proteção; em segundo lugar, lhe proporcionado um ambiente no qual possa desenvolver suas capacidades, sejam físicas, mentais ou sociais, indispensáveis para lidar eficazmente com o seu meio físico e social. Para tanto, é necessária uma atmosfera de afeição e segurança.
Maria Eunice Vilela Dande Netto
        Psicóloga - CRP 27979
35 3423 6416 - Athos Clínica Médica
meunice40@yahoo.com.br


FAMÍLIA E PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO SER HUMANO

Apesar de todas as transformações acontecidas no interior das famílias, podemos dizer que ela ainda se mantém idealizada e desejada por todos.
A família, não importa a configuração que assuma, continuará a existir, pois é o que pode assegurar a criança aos novos sujeitos que apresentam ao mundo, o direito ao amor, ao acolhimento no mundo humano e à palavra.
Segundo Montoro (1994) a noção de família está intimamente ligada à do desenvolvimento psíquico / emocional da criança (processo que não pode ser pensado abstraindo a família).
É preciso observar a família no seu movimento (...) este movimento de organização-reorganização torna visível a conversão de arranjos familiares entre si, bem como reforça a necessidade de se acabar com qualquer estigma sobre as formas familiares diferenciadas.
 É preciso compreendê-la como grupo social cujos movimentos de organização-desorganização-reorganização mantêm estreita relação com o contexto sociocultural.  É preciso enxergar na diversidade não apenas os pontos de fragilidade, mas também as riquezas das repostas possíveis encontradas pelos grupos familiares, dentro de sua cultura, para suas necessidades e projetos.
Fala-se muito em passagens por ciclos vitais e parece importante que se continue a fazê-lo. A passagem por eles faz parte do processo de evolução do ser humano embora nunca se pretenda ter um adulto absolutamente evoluído ou completo, até porque somos seres psicodinâmicos, que vivem em processo. Em cada um desses momentos, a família será outra família, uma nova família que deve cumprir em cada etapa da vida de seus membros, especialmente dos filhos, uma série de cuidados, que os adultos devem assumir, para permitir um desenvolvimento adequado a cada idade.
Há necessidade dos membros da família de propiciar condições para o desenvolvimento psíquico, emocional e social do indivíduo.  Cada etapa do ciclo vital implica no desempenho de cuidados inerentes a cada idade e papel que seus membros desempenham.
As visões psicodinâmicas têm-se utilizado dos esquemas evolutivos propostos pela teoria do ciclo vital colocando a ênfase na família como transmissora, ora de pautas emocionais, ora de pautas comunicacionais. A evolução da família interfere e perturba todos os membros. As funções e os papéis, os valores e sentimentos, são alvos de mudanças, que se processam vias conflitos e negociações, porque a família sempre se movimentará pressionada pelas ideologias e mitos dos diversos contextos onde está imersa.
Todas as famílias desenvolvem em alguns momentos de seu ciclo evolutivo situações disfuncionais, desorganizadoras, desarmônicas. Estas situações competem e colaboram, ao mesmo tempo, com as possibilidades de crescimento individual e familiar.
A vida familiar representa a nossa primeira escola de aprendizado emocional. Nesse espaço íntimo, aprendemos como nos sentir em relação a nós mesmos e como os outros vão reagir aos nossos sentimentos.

Maria Eunice Vilela Dande Netto
        Psicóloga - CRP 27979
35 3423 6416 - Athos Clínica Médica
meunice40@yahoo.com.br




AS NOVAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES (continuando)

AS NOVAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES (continuando)

            A partir da revolução industrial, as relações familiares adquiriram novas características. As descobertas científicas e o desenvolvimento tecnológico não só permitiram o aumento da expectativa de vida, como também propiciaram o planejamento familiar, entre outros. Assim, as famílias numerosas e extensas tornam-se nucleares à medida que se deslocam para as áreas urbanas em busca de trabalho e de melhores condições de vida.
A urbanização e a industrialização no Brasil facilitam o acesso à educação, além de torná-lo necessário para as mulheres. Estas já não são mais as costureiras ou embaladeiras na linha de produção. Já podem ser advogadas, economistas, administradoras, profissionais da área de saúde...

            Na família, ao lado da questão feminina, coloca-se a autoridade paterna, masculina, que no pós-guerra entrou em franco declínio. Tiba (1996) nos mostra que neste período, houve a geração que educou seus filhos de maneira patriarcal, com uma autoridade vertical – o pai no ápice e os filhos na base, onde eles eram obrigados a cumprir o que o ápice determinava. Já esses filhos, ao se tornarem pais, acabaram caindo no extremo oposto: a permissividade.
            Donatelli (2004) retrata que essa situação do privado é progressiva.
À medida que a família avançou para outros patamares de organização no decorrer do século XX, a afetividade  foi se tornando cada vez mais presente nas relações. Em contrapartida, as conexões e vínculos de mando e autoridade se enfraqueceram sensivelmente. A coação e a força da autoridade faziam do pai, no início do século, alguém incontestável, que hoje se esvai em afetividade. Porém, somente em afetividade.

            Gomide (2004) retrata muito bem a transformação nas famílias no que diz respeito às regras e limites.
Até meados do século XX, as regras estabelecidas por nossos antepassados para a educação dos filhos eram inquestionáveis. Os pais puniam e castigavam como direito legítimo de educador. Era dever do educador corrigir, mesmo que em rigor físico, as rebeldias. Aqueles que não corrigissem suas crianças seriam questionados pela sociedade e até culpados pelas desordens por eles cometidas. A revolução de costumes dos anos 50 trouxe consigo uma série de questionamentos quanto à maneira de educar os filhos. A severidade habitual de costumes foi confrontada inicialmente através da liberdade sexual e em seguida pela flexibilidade das regras. Os novos pais, pós-revolução sexual, também se rebelaram quanto às regras rígidas de educação dos filhos. Passaram a conceder mais, repudiaram a punição física, quiseram se tornar amigos dos filhos. Passaram a utilizar o diálogo como fonte de educação.

 Assim, na primeira parte do século XX, a família gradativamente tornou-se menos autoritária, apesar de que a estrutura de poder real, que é o fundamento da vida familiar, permanecia inalterada.
            SegundoMedina (2005) entre as transformações ocorridas nas famílias temos:
1.          Controle da natalidade – a mulher pode hoje decidir se quer ter ou não filhos. Há uma aceitação social do sexo em si mesmo e não mais por reprodução;
2.          Redução do número de filhos, donde menos irmãos, tios, sobrinhos, primos;
3.          Prolongamento do tempo de vida – mais pessoas idosas com saúde e vida ativa;
4.          Alteração do papel doméstico atribuído só a mulher – ruptura do quadro tradicional provedor/dona de casa;
5.          Instabilidade do casal aceito socialmente, com facilitação da dissolução do vínculo conjugal – razão da multiplicidade e diversidade de famílias;
6.          Igualdade entre sexos;
7.          Clima de incerteza – nada é seguro, donde a exigência de processos de ajustamentos contínuos, isto é, a construção permanente de identidade de cada um que exige liberdade individual de movimentos na incerteza da construção de sua trajetória social.

 Há um crescente interesse pelos processos evolutivos que toda família atravessa no decorrer de seu ciclo vital. Os conceitos desse ciclo vital tentam desenvolver uma seqüência de etapas mais ou menos previsíveis marcadas por transições de cada momento, dando ênfase à família como sendo transmissora de pautas de estratégias ou de modelos comunicação.
Hoje, em consonância com as transformações sociais, culturais e econômicas, sobretudo no que diz respeito à entrada da mulher no mundo laboral, o que vemos são pais que dividem com elas os cuidados e afetos com os filhos. Esse fato denuncia que o lugar exagerado concedido à mãe (nas famílias nucleares) que instala uma posição de onipotência perante a criança, que se encontra em estado de dependência absoluta nos primeiros meses de vida, vem, nesse momento, sendo compartilhado com o pai, com os avós e tantos outros membros da família, assim como da comunidade.




Maria Eunice Vilela Dande Netto
        Psicóloga - CRP 27979
35 3423 6416 - Athos Clínica Médica

CONTINGÊNCIAS DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DA CRIANÇA


Nem sempre a vida transcorre de maneira ideal e corresponde aos desejos do bem-estar. A busca do equilíbrio entre o desejável e o possível é o que movimenta e desenvolve a capacidade de superar situações e manter-se saudável. O desenvolvimento desta capacidade está intensamente relacionado às experiências mais precoces que se tem no seio da família. Ela é parte fundamental na construção da saúde emocional de seus membros, tendo como função básica a proteção de seus filhos.
Bee (2003) diz que é preciso ir além da criança e dos padrões intrínsecos que possam nela existir, para compreender como esta se desenvolve. É importante conhecer o padrão de interação existente em sua família e que tipos de influências culturais sofre esta família.
Considerando um longo período de estudos e também experiências vivenciadas no decorrer de 12 anos trabalhando com Educação, atrevo-me a dissertar sobre as “contingências da família no desenvolvimento psicológico da criança”, ressaltando a importância da família no desenvolvimento psicológico de seus membros. Para tal, considero importante realizar uma breve abordagem sobre o conceito da palavra “Família”.
No sentido popular e nos dicionários, a palavra família significa “pessoas que vivem na mesma casa, aparentadas, pai, mãe e filhos, ou pessoas do mesmo sangue, da mesma ascendência, linhagem, estirpe ou admitidos por adoção”. Um grupo social composto por indivíduos que se relacionam uns com os outros, ligados por fortes lealdades e afetos, ocupando um lar ou um conjunto de lares que duram por anos ou décadas.  Pode-se entrar na família através do nascimento ou ser adotado por alguém dela. Deixa-se de fazer parte da família somente pela morte.
Concordo com Montoro (1995) quando diz que “Família é um sistema de vínculos afetivos, de laços emocionais, sua especificidade se define por sua função essencial de ser o espaço de formação da estrutura psíquica básica dos seres humanos”. A mesma autora usa uma metáfora ao usar o termo Família = “Fábrica de gente”.
A gente se humaniza através da convivência. Família é Matriz de identidade, ou seja, sistema de vínculos afetivos onde se gera e se desenvolve a organização psíquica dos indivíduos, que se constrói a partir de relações de afeto e de amor. É uma rede de laços emocionais, o lócus da construção da subjetividade.
A família tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora e constitui, portanto, uma das mediações entre o homem e a sociedade.



Maria Eunice Vilela Dande Netto
           Psicóloga Clínica