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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FAMÍLIAS FACILITADORAS E/OU DIFICULTADORAS DE SAÚDE

             A maior expectativa em relação à família é de que ela produza cuidados, proteção, aprendizado de afetos, construção de identidades e vínculos relacionais de pertencimento que sejam capazes de proporcionar melhor qualidade de vida a seus membros; efetiva inclusão social destes na comunidade e na sociedade em que vivem.
            Porém, estas expectativas são apenas possibilidades e, não, garantias.
            A família vive em um dado contexto que tanto pode ser fortalecedor quanto esfacelador de suas possibilidades e potencialidades.

Famílias facilitadoras de saúde emocional

A interação familiar facilitadora de saúde emocional se mostra favorável ao desenvolvimento emocional de seus membros, ou seja, evita a regressão, conflitos destrutivos, ciúmes e competitividade entre os mesmos.
            Segundo Ferreira (1995) teoricamente, a família deveria ser não um e sim “o” lugar seguro para se crescer e, enquanto micro-célula social, a depositária de nossas esperanças, na mesma medida que, enquanto macro-célula referente a seus membros, não um fim em si mesma, mas um meio de gerar pessoas que possam crescer e amadurecer fisicamente, emocionalmente e socialmente, com direito a individualidade e personalidade própria, e, portanto, com a possibilidade de se sentirem felizes antes de tudo, consigo mesmo, para, a partir daí, irradiar essa felicidade e um dia poderem oferece - lá a outrem  e à própria sociedade, a sua parcela de contribuição, não importa se pequena, média ou grande, com seres produtivos e criativos.
Portanto, a interação familiar facilitadora de saúde emocional depende da capacidade de seus membros controlarem seus conflitos internos e relacionais.
            Pode-se definir a interação familiar facilitadora de saúde emocional como
aquela em que há clara comunicação entre seus membros, com direcionalidade e carga emocional adequada; com papéis familiares bem definidos, diferenciados e flexíveis;  aquela onde a liderança está presente, sendo diferenciada e democrática, na qual os conflitos podem ser expressos sem desvalorização e com busca de solução, a agressividade pode ser manifestada de forma construtiva e sem discriminação em sua direcionalidade estando a afeição física presente e aceita pelos membros da família, possuindo carga emocional adequada.

            De acordo com Montoro (1995) o modo que um bebê ou uma criança pequena são recebidos no mundo fornece os alicerces da construção de sua personalidade, qualidades que, de início pertencem a um vínculo, com o passar do tempo se tornam propriedade de um indivíduo, não tão facilmente possíveis de desconstrução e reconstrução.
            A estrutura e organização de uma família devem ser visualizadas como uma unidade importante na determinação do comportamento de seus membros.
            Bee (2003) complementa as palavras supracitadas quando diz que o carinho e responsividade dos pais em relação às crianças são elementos cruciais para um desenvolvimento emocional saudável.
Pais responsivos são aqueles que percebem de forma adequada os sinais que a criança apresenta, reagindo de maneira sensível às suas necessidades. Os pais que agem dessa forma têm filhos que aprendem a falar um pouco mais cedo, apresentam escores de Q.I. mais elevados e desenvolvimento cognitivo mais rápido , além de apresentarem com mais freqüência, apegos seguros, atendem mais aos pedidos dos adultos e são socialmente mais competentes.
 Contatos de pele, abraços, fazer carinhos, ficar de mãos dadas, dar beijinhos, são fortes inibidores do desenvolvimento do comportamento agressivo. Estas relações afetivas permitem que o estabelecimento de uma relação agradável entre os membros da família, facilitando, inclusive, a superação das divergências.
Toda família tem suas divergências. São raras aquelas que vivem em perfeita harmonia.  O que se busca são formas apropriadas de lidar com elas e, sobretudo, superá-las. As relações afetivas positivas fornecem um excelente caminho para este difícil desafio.
 “Exercer a função de proteção é principalmente, propiciar um ambiente favorecedor de bem-estar”.


Maria Eunice Vilela Dande Netto
        Psicóloga - CRP 27979
35 3423 6416 - Athos Clínica Médica
meunice40@yahoo.com.br




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